17/12 – Santa Olímpia, Viúva

Santa Olímpia, ficando viúva aos dezenove anos depois de apenas vinte meses de casada, é um exemplo da viuvez dedicada a Deus e às boas obras.

Essa santa teria nascido em Constantinopla ou, segundo outros, na Capadócia no início do século V, em uma família rica e ilustre. Tendo ficado órfã muito cedo, foi educada por Teodósia, irmã do bispo Anfíloquio que mereceu a honra dos altares, tendo assim recebido esmerada educação cristã.

De São Anfilóquio diz o Martirológio Romano em 23 de março: “Em Icônio, na Licaônia, Santo Anfilóquio, bispo, companheiro dos santos Basílio e Gregório Nazianzeno na solidão e mais tarde colega deles no episcopado. Sustentou muitas lutas em prol da fé católica. Afamado pela sua santidade e doutrina, descansou finalmente na paz do Senhor”.

Aos dezoito anos Olímpia se casou com Nebrídio, prefeito de Constantinopla, mas perdeu-o, como foi dito, apenas vinte meses após o casamento. O Imperador Teodósio lhe propôs outro casamento, mas ela decidiu consagrar-se inteiramente a Deus, recebendo o véu religioso.

Com suas imensas riquezas, a Santa fundou um hospital e um orfanato, que era atendido por uma comunidade de virgens consagradas. Quando São João Crisóstomo foi eleito Patriarca de Constantinopla, ela o tomou por pai espiritual.

Acontece que a imperatriz Eudóxia, esposa de Valentiniano III, ganha pelos arianos, destituiu o Santo do patriarcado, colocando em seu lugar um intruso. Olímpia saiu em sua defesa, negando-se a reconhê-lo. Pelo que se tornou também alvo da perseguição. Eudóxia dispersou-lhe a comunidade, acusou-a de ter querido por fogo à catedral de Constantinopla, e tornou-lhe impossível a permanência nessa cidade.

São João Crisóstomo, no seu exílio, suportava-a com seus conselhos. Dezessete cartas suas à sua dirigida chegaram até nós. Elas demonstram o heroísmo do Santo, e o seu afeto paterno. O “Boca de Ouro” dá-lhe notícias suas, preocupa-se com sua saúde, agradece-lhe serviços que ela lhe presta, e pede-lhe outros. Felicita-a por ser tão prudente, tão paciente, e por amar os que a perseguem. Repete-lhe que o melhor modo de mostrar o próprio amor a Nosso Senhor Jesus Cristo, está em sofrer, imitando-O.

Olímpia sobreviveu apenas alguns meses ao seu pai espiritual. Morreu ainda jovem, pelo ano 408, exilada na Bitínia (Turquia), vítima de sua fidelidade e dedicação.

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